Agricultores se queixam de burocracia para contratar crédito do Programa ABC

28/06/2012 19:45

 

No Plano Safra 2012/2013, foram aprovados R$ 3,4 bilhões para as operações

por Agência Brasil

 

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A linha de crédito do Programa ABC foi criada para viabilizar práticas agrícolas sustentáveis

A dificuldade na relação entre agricultores e bancos que oferecem a linha de crédito criada pelo governo federalpara viabilizar práticas agrícolas sustentáveis, no âmbito doPrograma Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC), reacende o antigo dilema da facilidade de acesso a esse tipo de investimento. 

burocracia de acesso ao crédito e a dificuldade de mensurar o retorno desses investimentos são alguns problemas reconhecidos tanto por representantes do governo quanto por produtores para a tomada do empréstimo. 

Segundo o produtor mato-grossense Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a burocracia exigida pelos bancos faz com que muitos agricultores da região desistam de contratar o financiamento do programa ABC. 

“Quem precisa do programa [ABC] não consegue [ter acesso ao crédito] porque nas propriedades têm APPs [áreas de proteção permanente] e [os produtores] não conseguem recuperar essas áreas”, relatou. 

Glauber defende a flexibilização das regras para que a linha de crédito, considerada prioritária para o governo, seja mais acessível ao produtor. “O problema é que governo lançou um programa que diz que é para contemplar sustentabilidade, mas quando você vai pegar o recurso querem que você já seja a pessoa mais correta do mundo”, criticou o produtor. 

O presidente da Aprosoja acrescentou que, na contratação do empréstimo, os produtores precisam “apresentar uma série de documentos, precisam ter georreferenciamento e tantas licenças que é impossível tomar o recurso”. 

Nesta quinta-feira (28/6), o governo lançou o Plano de Safra 2012-2013 com recursos de R$ 3,4 bilhões para operações de crédito das chamadas linhas de crédito ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Na atual safra, cujas operações encerram-se amanhã (29), os recursos disponíveis são de R$ 3,150 bilhões. A expectativa é que, com o encerramento das operações, sejam contabilizados contratos totalizando pouco mais de R$ 1 bilhão. 

Representantes do governo não consideram preocupante o desempenho da linha, que contratou menos de 50% dos recursos disponíveis. O diretor executivo do Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz de Araújo, disse que os resultados são os previstos, considerando que o programa está em seu segundo ano de aplicação. 

 

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