
Agroindústria canavieira paulista é tema da revista Pegada
07/08/2013 11:51
Revista Pegada Eletrônica (on line) é uma publicação do Centro de Estudos de Geografia do Trabalho, vinculado ao Departamento de Geografia da FCT (Faculdade de Ciências e Tecnologia) da Unesp, Câmpus de Presidente Prudente.
A publicação eletrônica semestral destina-se à divulgação de artigos científicos, resenhas e relatórios de campo de pesquisadores sobre as questões que envolvem a geografia e o mundo do trabalho.
O V. 14, N°1, 2013, da Revista Pegada, pode ser acessada em
https://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/issue/view/190
O primeiro texto de autoria de Antonio Thomaz Junior, trata do “novo ambiente institucional” na agroindústria canavieira em São Paulo, discutindo a dimensão da aposta de concertação social expressa pela Câmara Setorial. O autor pondera que o referencial da Câmara Setorial, confunde e ao mesmo tempo oblitera a identificação por parte dos trabalhadores proletarizados do contexto das lutas e as contradições dos conflitos capital x trabalho, bem como ofusca as ações dos movimentos sociais sediadas no âmbito da luta pelo acesso a terra.
Na segunda contribuição, Juscelino Eudâmidas Bezerra apresenta um debate sobre o conceito de classe trabalhadora. O autor opta por apresentar 3 perspectivas teóricas as quais denomina de: 1) perspectivas de contenção/enrijecimento, 2) perspectivas de ampliação e 3) perspectivas frouxas e/ou esquizofrênicas. A partir disso o autor aprofunda-se no conceito de plasticidade do trabalho como um caminho possível de análise da classe trabalhadora a partir do entendimento acerca das transformações verificadas no trabalho mediante o aprofundamento da dinâmica territorial do capital.
Guilherme Marini Perpetua, no terceiro artigo, nos brinda com uma discussão sobre a mobilidade espacial do capital e da força de trabalho a partir da matriz teórica marxista/marxiana. Seu argumento fundamental é que as formas de mobilidade (do capital e do trabalho), não são apenas efeitos da dinâmica da acumulação sempre ampliada do capital, mas também, um fator imprescindível de sua ocorrência.
O quarto artigo, de Nei Orzekovski, discute as relações de trabalho nos territórios da reforma agrária. A discussão apresentada pelo autor permeia a discussão da categoria trabalho, enfatizando as particularidades do trabalho assalariado/trabalho camponês. O intuito do texto é contribuir para a percepção de que a luta contra a exploração capitalista deve ser pauta de todos os sujeitos oprimidos se ja do campo ou da cidade e, portanto é imprescindível uma reflexão em torno da perspectiva de entendimento ampliado da classe trabalhadora.
As formas de resistência e recriação do campesinato são tema do quinto artigo de autoria de Silvana Cristina Costa Correia e Emília Moreira. As autoras tratam da temática com as atenções voltadas para o campo do município de Teixeira (PB). A identificação da resistência e recriação do campesinato é observada pelas autoras através da organização da produção e do trabalho, da ação de agentes externos e dos seus costumes e valores. Nesse sentido, a perspectiva apresentada é de que as formas de resistência camponesa extrapolam os limites dos movimentos sociais.
No sexto artigo, Larissa Tavares Moreno e Marcelo Dornelis Carvalhal tratam das transformações no trabalho dos pescadores artesanais em Ubatuba (SP). Os autores apontam que o trabalho e modo de vida destes pescadores ainda são muito atuantes, mesmo num contexto de conflitualidades impostas pelo capital. A necessidade que vislumbram é de uma geografia do trabalho comprometida com os sujeitos e na crítica à sociedade do capital.
Thiago Pereira de Barros e Marcelo Dornelis Carvalhal, na sétima contribuição apresentam a imprensa sindical como um elemento revelador da territorialização dos sindicatos, em Ourinhos (SP). A comunicação sindical é privilegiada como objeto de estudo e assim, os autores apontam que a mesma faz parte do projeto político-ideológico dos sindicatos e deste modo se apresenta como instrumento metodológico de análise da ação política realizada por estes com relação à sua base.
Os oitavo e nono artigos tratam do trabalho no setor canavieiro. Respectivamente, a primeira análise está referenciada na pesquisa realizada por Rogério Gonçalves de Carvalho, Joelma Cris tina dos Santos e Luiz Carlos Santos Silva, na microrregião geográfica de Ituiutaba (MG). A segunda é de pesquisa realizada em São Tomé (PR) por Vitor Hugo Ribeiro. Interessante notar que ambas as pesquisas apontam a degradação do trabalho nos canaviais e a expansão da cana-de-açúcar em áreas produtoras de alimentos.
A produção do espaço geográfico a partir da atividade mandioqueira (cultivo, industrialização e comercialização), no Sudeste e Extremo-Sul do Mato Grosso do Sul é tema de pesquisa de Ucleber Gomes Costa e Lisandra Pereira Lamoso, apresentado no décimo artigo. Os autores procuraram compreender as relações de trabalho estabelecidas entre agricultores, arrancadores e contratantes.
No décimo primeiro artigo, Thiago Canettieri, Pedro Ricardo Fernandez, Ramon Finelli e Thiago Pereira, analisam a relação existente entre a produção de carvão vegetal e a condição de saúde da população pobre residente em Rancho Novo distrito do município de Caeté (MG). A posição dos autores é de que a exploração do espaço e do trabalho, a partir da grande empresa transnacional, coloca em risco a saúde da população de Rancho Novo, bem como dos trabalhadores envolvidos nas atividades do setor.
A intensificação do trabalho no segmento supermercadista é tema do décimo segundo texto, de autoria de Herodes Beserra Cavalcanti. A reestruturação comercial influenciada pelo contexto neoliberal influencia na intensificação do trabalho o que resulta em mais precarização do trabalho.
Ivani José dos Santos analisa, no décimo terceiro artigo os elementos determinantes dos rendimentos de catadores de materiais recicláveis no Brasil através da análise de dados da Amostra do Censo IBGE 2010. O autor pondera que o mercado de trabalho brasileiro é desigual, pois ao cercear a entrada de determinados segmentos sociais (como os catadores de recicláveis) ao emprego formal contribui ainda mais para a precarização do trabalho.
Por fim, temos a resenha de José Alves, do livro intitulado “Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador”, de autoria de André Singer, e publicado pela Editora Companhia das Letras, no ano de 2012
A Revista Pegada Eletrônica está classificada no Webqualis: Geografia B2.
Informações: revistapegada@gmail.com
Em breve, todos os outros números antigos estarão disponíveis neste sistema. Por enquanto, para acessar os números anteriores
https://www4.fct.unesp.br/ceget/pegada.htm
A publicação eletrônica semestral destina-se à divulgação de artigos científicos, resenhas e relatórios de campo de pesquisadores sobre as questões que envolvem a geografia e o mundo do trabalho.
O V. 14, N°1, 2013, da Revista Pegada, pode ser acessada em
https://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/issue/view/190
O primeiro texto de autoria de Antonio Thomaz Junior, trata do “novo ambiente institucional” na agroindústria canavieira em São Paulo, discutindo a dimensão da aposta de concertação social expressa pela Câmara Setorial. O autor pondera que o referencial da Câmara Setorial, confunde e ao mesmo tempo oblitera a identificação por parte dos trabalhadores proletarizados do contexto das lutas e as contradições dos conflitos capital x trabalho, bem como ofusca as ações dos movimentos sociais sediadas no âmbito da luta pelo acesso a terra.
Na segunda contribuição, Juscelino Eudâmidas Bezerra apresenta um debate sobre o conceito de classe trabalhadora. O autor opta por apresentar 3 perspectivas teóricas as quais denomina de: 1) perspectivas de contenção/enrijecimento, 2) perspectivas de ampliação e 3) perspectivas frouxas e/ou esquizofrênicas. A partir disso o autor aprofunda-se no conceito de plasticidade do trabalho como um caminho possível de análise da classe trabalhadora a partir do entendimento acerca das transformações verificadas no trabalho mediante o aprofundamento da dinâmica territorial do capital.
Guilherme Marini Perpetua, no terceiro artigo, nos brinda com uma discussão sobre a mobilidade espacial do capital e da força de trabalho a partir da matriz teórica marxista/marxiana. Seu argumento fundamental é que as formas de mobilidade (do capital e do trabalho), não são apenas efeitos da dinâmica da acumulação sempre ampliada do capital, mas também, um fator imprescindível de sua ocorrência.
O quarto artigo, de Nei Orzekovski, discute as relações de trabalho nos territórios da reforma agrária. A discussão apresentada pelo autor permeia a discussão da categoria trabalho, enfatizando as particularidades do trabalho assalariado/trabalho camponês. O intuito do texto é contribuir para a percepção de que a luta contra a exploração capitalista deve ser pauta de todos os sujeitos oprimidos se ja do campo ou da cidade e, portanto é imprescindível uma reflexão em torno da perspectiva de entendimento ampliado da classe trabalhadora.
As formas de resistência e recriação do campesinato são tema do quinto artigo de autoria de Silvana Cristina Costa Correia e Emília Moreira. As autoras tratam da temática com as atenções voltadas para o campo do município de Teixeira (PB). A identificação da resistência e recriação do campesinato é observada pelas autoras através da organização da produção e do trabalho, da ação de agentes externos e dos seus costumes e valores. Nesse sentido, a perspectiva apresentada é de que as formas de resistência camponesa extrapolam os limites dos movimentos sociais.
No sexto artigo, Larissa Tavares Moreno e Marcelo Dornelis Carvalhal tratam das transformações no trabalho dos pescadores artesanais em Ubatuba (SP). Os autores apontam que o trabalho e modo de vida destes pescadores ainda são muito atuantes, mesmo num contexto de conflitualidades impostas pelo capital. A necessidade que vislumbram é de uma geografia do trabalho comprometida com os sujeitos e na crítica à sociedade do capital.
Thiago Pereira de Barros e Marcelo Dornelis Carvalhal, na sétima contribuição apresentam a imprensa sindical como um elemento revelador da territorialização dos sindicatos, em Ourinhos (SP). A comunicação sindical é privilegiada como objeto de estudo e assim, os autores apontam que a mesma faz parte do projeto político-ideológico dos sindicatos e deste modo se apresenta como instrumento metodológico de análise da ação política realizada por estes com relação à sua base.
Os oitavo e nono artigos tratam do trabalho no setor canavieiro. Respectivamente, a primeira análise está referenciada na pesquisa realizada por Rogério Gonçalves de Carvalho, Joelma Cris tina dos Santos e Luiz Carlos Santos Silva, na microrregião geográfica de Ituiutaba (MG). A segunda é de pesquisa realizada em São Tomé (PR) por Vitor Hugo Ribeiro. Interessante notar que ambas as pesquisas apontam a degradação do trabalho nos canaviais e a expansão da cana-de-açúcar em áreas produtoras de alimentos.
A produção do espaço geográfico a partir da atividade mandioqueira (cultivo, industrialização e comercialização), no Sudeste e Extremo-Sul do Mato Grosso do Sul é tema de pesquisa de Ucleber Gomes Costa e Lisandra Pereira Lamoso, apresentado no décimo artigo. Os autores procuraram compreender as relações de trabalho estabelecidas entre agricultores, arrancadores e contratantes.
No décimo primeiro artigo, Thiago Canettieri, Pedro Ricardo Fernandez, Ramon Finelli e Thiago Pereira, analisam a relação existente entre a produção de carvão vegetal e a condição de saúde da população pobre residente em Rancho Novo distrito do município de Caeté (MG). A posição dos autores é de que a exploração do espaço e do trabalho, a partir da grande empresa transnacional, coloca em risco a saúde da população de Rancho Novo, bem como dos trabalhadores envolvidos nas atividades do setor.
A intensificação do trabalho no segmento supermercadista é tema do décimo segundo texto, de autoria de Herodes Beserra Cavalcanti. A reestruturação comercial influenciada pelo contexto neoliberal influencia na intensificação do trabalho o que resulta em mais precarização do trabalho.
Ivani José dos Santos analisa, no décimo terceiro artigo os elementos determinantes dos rendimentos de catadores de materiais recicláveis no Brasil através da análise de dados da Amostra do Censo IBGE 2010. O autor pondera que o mercado de trabalho brasileiro é desigual, pois ao cercear a entrada de determinados segmentos sociais (como os catadores de recicláveis) ao emprego formal contribui ainda mais para a precarização do trabalho.
Por fim, temos a resenha de José Alves, do livro intitulado “Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador”, de autoria de André Singer, e publicado pela Editora Companhia das Letras, no ano de 2012
A Revista Pegada Eletrônica está classificada no Webqualis: Geografia B2.
Informações: revistapegada@gmail.com
Em breve, todos os outros números antigos estarão disponíveis neste sistema. Por enquanto, para acessar os números anteriores
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