Agronegócio puxa geração de empregos no primeiro semestre

24/07/2013 20:16

Mesmo em tempos de retração da economia, setor registrou alta de 3,65% na abertura de novos postos de trabalho no país

 

Redação Sou Agro*

 

O primeiro semestre do ano teve um fraco desempenho quando se trata da geração de emprego. Este é o terceiro ano consecutivo que o Brasil fecha os primeiros seis meses do ano com retração no número de postos de trabalho criados. De janeiro a junho deste ano, foram criados 826 mil novos postos, queda de 20% em comparação com o mesmo período de 2012, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Mas mesmo diante desse cenário, o agronegócio se destacou mais uma vez, ao encabeçar a lista como o setor que mais gerou empregos no período, com alta de 3,65%.

 

Para o governo, esse aumento foi decorrente da sazonalidade das atividades agrícolas, que em período de safra tendem a contratar maior número de profissionais. Em maio do ano passado, o setor agrícola também liderava a criação de vagas de emprego no país, com 46.261 vagas. O resultado geral foi o pior para o primeiro semestre desde o início da crise em 2009. Foram avaliados oito setores, todos eles registraram crescimento, embora menor. Setores como o comércio e indústria tiveram crescimento marginal. O setor de indústria da transformação, por exemplo, apresentou alta de apenas 0,09%.

O ministro do trabalho, Manoel Dias, afirmou em coletiva que acredita na recuperação da geração de empregos nos próximos meses, por causa do aumento dos investimentos em vários setores. Para ele, o desempenho do primeiro semestre não é motivo para preocupação. “Qual é a base científica para dizer que estamos piorando? Vamos ver no fim do ano”, disse.

Na semana passada, durante palestra no interior do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul0, afirmou que o setor agrícola é responsável pela geração de 37% do total de vagas de empregos no país. No ano passado, de janeiro a outubro, o setor foi responsável por 25,7% das vagas criadas no estado do Mato Grosso segundo o Caged, onde predominam culturas como a cana-de-açúcar, o milho e a soja.

Com o aumento dos postos de trabalho no setor, o desafio das empresas tem sido encontrar profissionais qualificados para atuarem seja no campo ou os escritórios espalhados por diversas cidades brasileiras. Por isso, muitas companhias vêm investindo no desenvolvimento de programas de estágio e de capacitação de seus profissionais, a fim de suprir a falta de profissionais altamente qualificados que o setor demanda. Leia mais na matéria Alta demanda por profissionais do agro faz empresas investirem na formação de talentos.

Mulheres no campo

Um levantamento divulgado pelo órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no início da semana, apontou o crescimento do percentual de mulheres responsáveis por atividades agropecuárias em países da América Latina e Caribe. Por outro lado, essas mesmas mulheres, de forma geral, conduzem propriedades menores e têm mais dificuldade para acessar o crédito, obter assistência técnica ou capacitação.

Para responder a esse problema, a FAO destaca a necessidade de que os programas de extensão rural ofereçam um tratamento diferenciado em termos de gênero, especialmente as políticas dirigidas à agricultura familiar, já que estas se adequam mais à sua realidade (terrenos menores, recursos escassos, tecnologias básicas, terras de menor qualidade, etc). “É preciso desenvolver programas de apoio que respondam simultaneamente às necessidades das mulheres como produtoras e como integrantes de uma família”, explicou consultora de gênero da FAO, Soledad Parada.

De acordo com os dados do órgão, houve aumento na proporção de atividades agrícolas encabeçadas por mulheres especialmente no Paraguai, cujo percentual saiu de 9% em 1991 para 22% em 2008. No Chile, esse número passou de 21% em 1997 para 30% em 2007 e na Nicarágua de 18% em 2001 para 23% em 2013.

A lista dos países que mais têm mulheres em tais posições é encabeçada pelo Chile, com 30% de suas atividades agrícolas a cargo de mulheres. Em seguida vem o Panamá com 29%, o Equador e Haiti com 25% cada um. Já o Brasil tem potencial para ampliar o percentual de mulheres no segmento, já que atualmente só conta com 13%. “Esses dados demonstram que as mulheres estão tendo cada vez mais autonomia econômica, e que seu papel na segurança alimentar, na produção de alimentos e no bem-estar social da região é chave”, assinalou Parada.

 * Com informações da FAO

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