Cachaça não é rum: destilado deixa de ser exportado como "brazilian rum"

12/04/2013 17:35

Começa a valer a partir desta quinta-feira (11/4) uma medida aprovada pelos EUA que classifica a bebida como exclusividade do Brasil

por Agência Brasil
Ormuzd Alves
O presidente da Ibrac diz que a cadeia produtiva da bebida e o reconhecimento no exterior são pequenos. Próximo passo deve ser aumento na divulgação (Foto: Ormuzd Alves)

Os produtores brasileiros de cachaça estão substituindo a denominação genérica brazilian rum pelo nome cachaça nos rótulos dos novos estoques, segundo informação doInstituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). Vicente Bastos, presidente da entidade, acredita que em um período de seis meses a um ano a transição estará completa e todas as garrafas à venda nos Estados Unidos trarão a nova designação. 

Em fevereiro, o governo norte-americano divulgou em suas mídias oficiais o reconhecimento do destilado como produto de origem exclusiva brasileira, determinando que a medida tenha validade a partir desta quinta-feira (11/4).

Em troca do reconhecimento da cachaça, o governo brasileiro publicou decreto no final de março definindo obourbon e o tenessee whiskey como destilados de origem exclusiva dos Estados Unidos. Segundo Vicente Bastos, com o aval para vender cachaça como produto exclusivo nacional, o próximo passo é tornar o destilado popular entre os norte-americanos. A cadeia produtiva da bebida ainda é pequena e ela não é conhecida em larga escala fora do Brasil.

“Quem conhece no máximo ouviu falar de caipirinha. É preciso promovê-la, investir em divulgação”, diz. Segundo Bastos, a produção de cachaça emprega em torno de 600 mil pessoas no país e exporta em torno de US$ 20 milhões anuais. O Ibrac ainda não tem projeções de quanto as vendas externas podem aumentar com o reconhecimento dos EUA.

Atualmente, o Decreto n° 4.062/2001 regulamenta a produção da cachaça brasileira, a fiscalização das unidades fabricantes é feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com Vicente Bastos, o setor privado discute a possibilidade de criar um Conselho Regulador formado por associações e produtores para reforçar as garantias de qualidade.

 

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