China vai intensificar importações de milho

27/08/2013 09:56

Estimativa é de que as compras cresçam 310% entre 2014 e 2018

por Luciana Franco
Editora Globo
De importante exportador, China passou a importador de milho, em função da forte demanda interna e do maior consumo de proteína no país (Foto: Editora Globo)

As recentes mudanças no perfil da China, que está consumindo mais proteína, devem resultar em importantes mudanças nos próximos cinco anos no comércio mundial de grãos. A principal delas é que o país deve iniciar a importação de milho, favorecendo os produtores brasileiros. “A China já foi exportadora relevante do grão, mas voltou a se abastecer no mercado internacional a fim de dar suporte a crescente demanda interna”, disse André Pessoa, diretor daAgroconsult durante palestra sobre perspectivas para a agropecuária brasileira durante o 3º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido nesta segunda-feira (26/08), em São Paulo, pela Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos. 

Este ano as compras externas do país devem somar 3 milhões de toneladas, mas para 2014, a expectativa é de que a China importe 10 milhões de toneladas, podendo chegar a 41 milhões de toneladas em 2018. “Essa é uma mudança significativa e que o Brasil teria condições de tirar um proveito fantástico, mas não consigo afirmar isso devido as deficiências crônicas na logística e na infraestrutura brasileira”, comentou o consultor. Para Pessoa, com isso, o Brasil deve se consolidar como o segundo maior exportador mundial de milho. 

Ao fazer uma avaliação geral sobre as projeções dos níveis de rentabilidade dos produtores de milho e de soja para os próximos anos, o consultor informou que o quadro continua bastante favorável, apesar de certo declínio. No caso da soja produzida no Mato Grosso, segundo Pessoa, o valor de R$ 900,00 por hectare conseguidos nos últimos anos, deverá recuar para R$ 650,00 por hectare, agora em 2014. “Ainda assim é uma rentabilidade excelente”. 

O palestrante detalhou também as projeções de plantio para a próxima safra que, devem sair de 27, 7 milhões de hectares em 2013 para 29,3 milhões de hectares na safra 2013/14. Os preços da soja que se encaminhavam para patamares abaixo dos US$ 12 por bushel, devem oscilar cima dos US$13, uma vez que a safra americana antes estimada em 90 milhões de toneladas, está mais próxima de 85 milhões de toneladas. “Com isso estimamos que o preço médio fique em torno de US$ 12 por bushel, e considerando a taxa de cambio aqui no Brasil é um excelente valor em termos de sinalizador de rentabilidade para o agricultor brasileiro”, diz. 

A Agroconsult estima ainda que o mercado de fertilizantes dever ter, na próxima safra, um aumento de 2,6% sobre o consumo de 30,3 milhões de toneladas registrado na safra deste ano. 

Outra constatação feita durante o evento foi a de que o papel do fertilizante no aumento da produtividade agrícola é decisivo. Estudos indicam que de 40% a 60% do aumento da produção agrícola conseguida pela agricultura mundial desde 1960 só foi possível graças aos fertilizantes. Além disso, a indústria de biotecnologia voltada para o agronegócio promete um incremento entre 3% e 4% para a produtividade nos próximos anos. As constatações foram detalhadas por Terry Roberts, presidente do International Plant Nutrition Institute (IPNI), na palestra de abertura do evento.

 

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