Elevação dos preços de soja e milho ameaça pecuária em SC

16/08/2012 17:55

 

Presidente da ABCS discute com governo preõ teto de referência de grãos para produtores

por Globo Rural On-line com informações da Agência Estado
Amilton Vieira
ABCS propõe que os suinocultores realizem compras diretas do milho, respondendo pelas operações de desembaraço da mercadoria, inclusive pelo pagamento do frete  (Foto: Amilton Vieira / Editora Globo)

valores de milho soja, cotados a R$ 34 a saca e R$ 75, respectivamente, são os maiores dos últimos 30 anos. A redução da produção dos Estados Unidos devido à seca elevou os preços internacionais dos grãos e, com isso, tem repercutido na produção industrial de suínos e aves emSanta Catarina

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc)recebeu, esta semana, relatos de produtores rurais de várias regiões catarinenses sobre atrasos no suprimento das rações para plantéis de aves. Por isso, a entidade defende um plano emergencial para evitar o desabastecimento no mercado doméstico, equilibrando as exportações e o consumo interno no Brasil. 

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, está reunido nesta quinta-feira (16/8) com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, para discutir medidas que possam reduzir o custo de aquisição do milho por parte das granjas. 

Uma ideia que está em discussão seria o estabelecimento pelo governo federal de um "preço teto de referência", que poderia ser R$ 28/saca, acima do qual seria concedida uma subvenção aos criadores de suínos em relação ao preço de mercado. 

O apoio do governo seria concedido na compra de milho de Mato Grosso, que produz 15,5 milhões de toneladas e consome internamente 2 milhões de toneladas. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que 11,4 milhões de toneladas da produção estadual já foram comercializadas até o mês passado. 

Os criadores catarinenses pedem pressa ao governo porque estão preocupados com o fato de grande parte do milho de Mato Grosso ser destinada à exportação. A ABCS propõe que os próprios criadores realizem compras diretas do milho, respondendo pelas operações de desembaraço da mercadoria, inclusive pelo pagamento do frete. 

Santa Catarina tem mais de 60 mil suinocultores e avicultores que estão preocupados com as previsões de mercado, já que há uma forte tendência de elevação nos preços dos grãos até a próxima safra. 


Farelo 

A ABCS também está conversando com o governo sobre a questão do abastecimento do farelo de soja, que está sendo negociado a R$ 1.430 a tonelada nas regiões produtoras de Santa Catarina. Além do fato de o preço atual do farelo estar duas vezes acima do registrado na mesma época do ano passado, Marcelo Lopes disse que existe a preocupação com o aumento das exportações da matéria prima e com a possibilidade de falta de mercadoria até a entrada da nova safra, em fevereiro do próximo ano. 

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que no mês passado asexportações de farelo cresceram 30,5% em relação a julho de 2011 (para 1,539 milhão de toneladas), mas no acumulado de sete meses o aumento foi de apenas 3,6% (para 8,623 milhões de toneladas) comparado a igual período do ano passado. 

A previsão da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que garantiu ao governo que não irá falta farelo, é de exportação de 13,1 milhões de toneladas nesta safra, volume abaixo das 14,47 milhões de toneladas exportadas na safra passada. No entanto, os criadores de suínos propõem ao governo que interfira no mercado para assegurar o abastecimento de farelo e uma das ideias seria por meio da recompra dos contratos de exportação.

 

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