Envenenamento consciente

29/03/2012 11:05

 

Por: Caroline Esser

 

Segundo dados da empresa química Basf, o agronegócio brasileiro é responsável por ¼ do PIB no país. Em 1940 um agricultor produzia alimentos para cerca de 19 pessoas, em 1970 esse número subiu para 73 pessoas e em 2010, um agricultor produz alimentos para 155 pessoas no país.

Apesar do Brasil ser o maior exportador de alimentos no mundo, utilizando apenas 9% do seu território nacional, o país detém a primeira posição em um ranking assustador. De acordo com pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, desde 2008 o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. A pesquisa revela que cada brasileiro ingere cerca de 5,2 litros de agrotóxico por ano.

Silvio Tendler, documentarista, autor do filme “O Veneno está na mesa” afirma que são gastos mais de sete milhões de dólares na compra de pesticidas agrícolas. No Brasil exitem cerca de 400 tipos diferentes de agrotóxicos, a maioria dos componentes químicos utilizados nas lavouras brasileiras são proibidos nos paises da Europa e América do Norte, relata Tendler no documentário.

O projeto de análise de resíduo de Agrotóxico em alimentos, da ANVISA, revela que os alimentos mais contaminados por pesticidas é o Pimentão, com 80% de agrotóxico, a uva com 56,40%, o pepino (54,80%), morango (50,80%), couve (44,20%), abacaxi (44,10%) mamão (38,80%), alface (38,40%), tomate (32,60%) e beterraba com 32% do alimento contaminado.

Uma alternativa para evitar esse consumo excessivo de agrotóxicos é a aquisição de alimentos orgânicos. De acordo com o site www.prefiraorganicos.com.br para ser orgânico o produto deve ser produzido seguindo os principios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, água, ar, e demais recursos naturais, além da proibição do uso de substâncias químicas.

De acordo com o ministério da Agricultura, são produzidos atualmente 300 mil toneladas de orgânicos por ano. Devido ao elevado custo na produção, o consumo de alimentos orgânicos,  ainda é baixo no país. O site www.planetasustentavel.abril.com.br revela que nas carnes, o preço do orgânico é, em média, 45% mais caro que a carne tradicional. A diferença de preço nas frutas e legumes é de 26%, já nos ovos e leite, a diferença de valores chega até a 62% a mais que o produto convencional.

 

 

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