Fórum Econômico Mundial destaca problemas da burocracia e logística do agro do Brasil

30/01/2013 18:01

Relatório mostra que exportação brasileira pode demorar 12 vezes mais que europeia

 

 

Redação Sou Agro

As dificuldades logísticas e burocráticas das exportações agrícolas brasileiras viraram caso de estudo em um relatório do Fórum Econômico Mundial. Realizado pela consultoria Bain & Co. e pelo Banco Mundial, o documento “Possibilitando o Comércio: Valorizando Oportunidades de Crescimento” (em inglês) foi apresentado neste domingo (27) no fórum, em Davos, na Suíça.

 

O exemplo brasileiro é de uma empresa multinacional de grande porte que exporta produtos agrícolas do País. Segundo o relatório, essa empresa gasta até 12 vezes mais do que uma empresa europeia para conseguir liberar sua carga para exportação. Esse número se agrava em casos comuns de falhas nos sistemas das autoridades do governo e de greves dos servidores desses órgãos.

Além dos altos custos com a burocracia, o documento do Fórum Econômico Mundial aponta ainda no estudo de caso do Brasil para o problema da infraestrutura logística. A empresa analisada transporta 64% de seu volume por rodovias e apenas 36% por ferrovias. “A infraestrutura de transporte inadequada e os consequentes atrasos elevam os custos operacionais”, avalia o documento.

O custo dos atrasos é alto. Além de ter que manter estruturas de armazenagens maiores do que o necessário nos portos, para o caso de a carga seguinte atrasar, a empresa precisa pagar taxas aos proprietários dos meios de transporte. Segundo a companhia, cada hora de atraso depois de um limite inicial custa R$ 1 por tonelada nos caminhões, R$ 40 por tonelada nos trens e mais de R$ 50 mil por dia de atraso de um navio.

Após analisar 18 estudos de caso, os especialistas que assinam o relatório concluíram que as barreiras pós-produção podem eliminar as vantagens competitivas que o País teria por outros motivos, como baixos custos trabalhistas.

Além disso, a redução de barreiras em logística e burocracia ampliaria o comércio internacional e aceleraria a economia global. Uma das principais conclusões é que essas medidas teriam um efeito muito maior do que a simples redução das tarifas de importação pelos países. Segundo o estudo se todos os países reduzirem as barreiras da cadeia de abastecimento à metade da melhor prática global, o PIB mundial pode aumentar em 4,7% e o comércio internacional em 14,5%. A total eliminação de tarifas de importação do mundo todo elevaria o PIB em 0,7% e o comércio internacional em 10,1%.

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