Japão, África do Sul e China receberão visitas após proibir carne brasileira

17/12/2012 19:49

Ministério da Agricultura mandará missões para esclarecer o caso não-clássico de vaca louca

 

Luiz Silveira -  Sou Agro

Depois do Japão, agora África do Sul e China também suspenderam temporariamente a importação de carne bovina brasileira, em resposta à divulgação de que o agente causador do mal da vaca louca foi encontrado em material de uma vaca morta em 2010 no Paraná.

O Ministério da Agricultura informou em nota que enviará missões oficiais para esclarecer o caso aos três países que notificaram oficialmente a interrupção da entrada de carne brasileira. O secretário-executivo do ministério, José Carlos Vaz, classificou a reação dos três países como “natural” e “de cautela”.

 

Embora sejam países com grandes populações, as três nações que impuseram barreiras ao Brasil não são grandes compradores da carne nacional. De janeiro a outubro, a China comprou 10,1 mil toneladas de carne bovina do Brasil. O Japão importou 1,3 mil toneladas e a África do Sul adquiriu 293 toneladas. Somados, os três representam pouco mais de 1% das exportações brasileiras de carne e miúdos bovinos no ano, que chegaram a 1,024 milhão de toneladas.

Independentemente da suspensão das importações, o governo brasileiro iniciou uma série de missões aos principais países importadores, para esclarecer que se trata de um caso não-clássico do mal da vaca louca, que pode ter sido causado por uma mutação espontânea, e não por contágio externo. O animal que possuía o agente causador da doença não apresentou os sintomas da vaca louca.

Na bagagem, os representantes brasileiros levam como trunfo o fato de a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) ter reafirmado o status sanitário do Brasil como país de “risco insignificante” para a vaca louca depois da divulgação do caso.

O primeiro país visitado foi a Rússia, aproveitando a viagem já agendada da presidente Dilma Rousseff ao país. O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, reuniu-se nesta quinta-feira (13) em Moscou com o chefe da autoridade sanitária russa (Rosselkhoznadzor), Sergei Dankvert. Em nota, o serviço russo destacou o fato de ser o primeiro visitado pelo Brasil para tratar do assunto após a divulgação da ocorrência da vaca louca. “As partes acordaram que uma abordagem construtiva para resolver este problema terá um impacto positivo sobre o futuro comércio de produtos pecuários”, disse o Rosselkhoznadzor.

—————

Voltar