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Lei do Descanso dos caminhoneiros não sai do papel
21/03/2013 12:27
Sancionada há quase um ano, conjunto de regras encontra resistência das transportadoras e é alvo de críticas por parte de motoristas
por Rodrigo Vargas
Segundo os caminhoneiros, "cumprir a exigência [da Lei do Descanso] é impossível" (Foto: Rodrigo Vargas/Ed. Globo)
Conhecida como a Lei do Descanso, a regulamentação da profissão de motorista foi sancionada há quase um ano pela presidente Dilma Rousseff, mas, na prática, ainda não saiu do papel. Além da resistência das transportadoras, o novo conjunto de regras é também alvo de críticas por parte de motoristas.
Nosso condutor na viagem até Santos (SP) é um ferrenho opositor do novo cenário criado pela lei: 30 minutos de descanso a cada quatro horas ininterruptas de trabalho e descanso mínimo de 11 horas por dia. Segundo Adilson da Silva, cumprir a exigência é "impossível".
"O Brasil não tem estrutura para isso. Na maior parte dos lugares onde vou puxar carga não há nem acostamento, quanto mais um local seguro para parar e descansar. Obrigar o motorista a fazer isso é um risco", afirma.
Segundo ele, a inovação vai enfraquecer o mercado e reduzir a oferta de vagas. "Do jeito que está, o motorista será o maior prejudicado, pois vai fazer menos frete no mês e, por consequência, ganhar menos", critica.
Na viagem com Globo Rural, Silva dirigiu por 17 horas seguidas, com paradas rápidas e sem parada para almoço. Para ele, "ossos do ofício". "É como um jogador de futebol, que aguenta pancadas que deixariam outros no chão. Nosso corpo está acostumado a este batidão."