Monsanto anuncia projeto de sorgo sacarino para produção de etanol

O cultivo do sorgo sacarino permite a antecipação da operação industrial e a produção de etanol pelas usinas (Foto: Shutterstock)

A Monsanto, por meio da CanaVialis, sua marca comercial de melhoramento e tecnologias em cana-de-açúcar, lançou, em parceria com a Case IH e a Novozymes, nesta quarta-feira (23/1), o “Desafio de Produtividade Sorgo Sacarino”, projeto no setor sucroenergético voltado à demonstração do potencial de produção comercial do sorgo sacarino. 

O cultivo do sorgo sacarino permite a antecipação da operação industrial e a produção de etanol pelas usinas, minimizando o impacto da redução da disponibilidade do produto. 

Para viabilizar o trabalho, foram instalados cinco campos demonstrativos, com cerca de 20 hectares cada, nas usinas CleÁlcool (Clementina / SP), Raízen Bom Retiro (Piracicaba / SP), V.O. (Catanduva/ SP), Raízen Junqueira (Igarapava / SP) e Boa Vista (Quirinópolis / GO), unidade que pertence à Nova Fronteira Bioenergia, empresa que é uma joint-venture entre o Grupo São Martinho e a Petrobras Biocombustível. Essas áreas foram selecionadas pela CanaVialis dentre aquelas que se dispuseram a incluir a cultura de sorgo sacarino na safra 2012/2013, por estarem em áreas importantes para ocultivo de cana-de-açúcar, e onde existe uma necessidade de matéria-prima para complementar a baixa disponibilidade de cana durante a entressafra. 

Segundo a empresa, a proposta da cultura do sorgo sacarino não é competir com a cana-de-açúcar para a produção de etanol no Brasil. O objetivo, detalha a Monsanto, é ser uma opção alternativa, plantada como rotação de culturas nas áreas de reforma de cana em outubro e novembro, para colheita em março e abril. A cultura tem potencial para produzir acima de 2.500 litros por hectare num período onde não há cana disponível. A proposta pode gerar um fluxo de caixa adicional e diluir os custos fixos das usinas produtoras de etanol. 

O líder de Negócios de Cana da Monsanto, José Carlos Carramate, acredita que dessa maneira, é possível aproveitar melhor o parque industrial no ano. “O projeto pode viabilizar também a produção de etanol em um período de baixos estoques e ainda possibilitar ganhos de produtividade na própria produção de cana-de-açúcar ao proporcionar sua colheita em um período mais favorável”, afirma. 

O híbrido de sorgo da CanaVialis selecionado para os experimentos em São Paulo e Goiás foi o CV 568. 

Os resultados do projeto deverão ser comunicados pelos parceiros até maio de 2013.