O cardápio do futuro

14/11/2012 17:42

Pesquisas revelam tendências do consumo de alimentos, entre elas praticidade e conveniência

 

Ronaldo Luiz - Sou Agro

A comida, o jeito de preparar, o local onde o brasileiro se alimenta e os fatores que guiam suas escolhas alimentícias mudaram e vão mudar cada vez mais, apontam duas pesquisas: a “Brasil Food Trends 2020”, elaborada pela Fiesp e Ibope (2010), e a mais recente “Pesquisa Qualitativa INOVA: Cultura Gastronômica (2011)”, produzida pela agência Nova/SB. Ambas foram realizadas nas nove principais regiões metropolitanas do País, e apresentadas pelo sócio-diretor da agência Nova/SB, Bob Vieira da Costa, no último Congresso Brasileiro de Marketing Rural & Agronegócios (ABMR&A), realizado no mês passado, em São Paulo (SP).

De acordo com o estudo INOVA, a comida brasileira mudou, desde temperos, passando pelo tipo de alimento, até pelos horários das refeições. Outras conclusões do documento são de que o ritual das pessoas comerem juntos na mesa está acabando e que ninguém mais faz comida como antigamente. “Isso é consequência da vida moderna, da falta de tempo, mas também por falta de paciência, de um hábito que se perdeu”, diz Bob, citando dado da pesquisa que aponta: dois em cada cinco brasileiros declaram que não têm tempo para se preocupar com a alimentação.

Bob: rastreabilidade e certificações serão cada vez mais necessários

Entre as tendências mais comuns, relacionadas ao consumo de alimentos, identificadas em ambos os trabalhos, destacam-se: sensorialidade e prazer, saudabilidade e bem-estar, conveniência e praticidade, confiabilidade e qualidade, e sustentabilidade e ética. “A opção por alimentos de conveniência é uma tendência irreversível”, afirma Bob.

Produtor e consumidor
Segundo ele, o cardápio do futuro será baseado em matérias-primas com garantia de origem, valorização das informações sobre processos produtivos e produtos, e garantia de padrões de qualidade. “Investimentos em ferramentas de rastreabilidade e certificações serão cada vez mais necessários.” Bob pontua, também, que se o produtor não conhecer a fundo seu consumidor, não vai conseguir desenvolver o produto que este precisa ou espera. “É fundamental conhecer e estabelecer relações de credibilidade e cumplicidade com o consumidor”, ressalta.

Para tanto, acentua, é necessário fazer e se aprofundar em muita pesquisa, acompanhar as tendências no Brasil e exterior, bem como as mudanças no comportamento do consumidor, além de valorizar as boas práticas de produção.

 

Fatores de decisão
Os estudos também tratam dos fatores que o consumidor valoriza na hora de experimentar um novo alimento, que pela ordem decrescente (do mais para o menos importante) são: marca , ser gostoso, nutritivo, qualidade, barato e com menos conservante.

Além disso, os trabalhos indicam, ainda, quais ações geram admiração e respeito na visão do consumidor: qualidade, canal direto de relacionamento, investimentos em projetos socioambientais, variedade, alimentos gostosos e fluxo de informação. Com base nestas respostas, salienta Bob, é claramente possível enxergar duas importantes vertentes para se conquistar admiração e preferência do consumidor. “Uma ligada a características do produto e a outra ligada a questões relativas ao comportamento da marca, ou seja, reputação.”

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