Produtores não faturam com alta

21/03/2013 12:34

 

Diminuição da oferta de hortaliças, verduras e legumes motiva valorização dos produtos. Mas, a oportunidade dos agricultores melhorarem a renda familiar nem sempre se concretiza nesse período chuvoso. Isso porque para garantir a produção eles precisam investir mais no cultivo, explica o produtor Cirênio Dias de Campos, 75. Proprietário de uma pequena área produtiva no bairro Alameda, em Várzea Grande, ele explica que os custos aumentam e nem sempre o investimento garante a produção.
  
“Eu preciso usar mais agrotóxico, mas mesmo assim é difícil produzir alface e rúcula, por exemplo”. Quando as condições de cultivo voltam a melhorar, o aumento da oferta pressiona os preços para baixo, reclama. Acrescenta que nos 2 últimos meses tem conseguido entregar as hortaliças por um preço estável. “Tenho vendido a dúzia de couve e de rúcula por R$ 10, mas assim que passar as chuvas o preço cai pela metade”. 
 
Investindo na produção de hortaliças há 30 anos, o agricultor Laércio Alves de Lima, 52, ocupa uma área de 2 hectares no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, onde cultiva alface, rúcula, chicória, rabanete, agrião, cebolinha, coentro, salsa e mostarda. “Eu consigo produzir o ano todo e não uso agrotóxico, utilizo uma mistura recomendada por um (engenheiro) agrônomo”. Quanto aos preços, diz que os produtos começaram a ficar mais caros desde o início das chuvas, em setembro do ano passado. “Hortaliças perdem um pouco de qualidade, por causa do calor e da umidade”. 

Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas identificou uma variação acumulada de 30,14% no preço destes alimentos durante o 1º bimestre de 2013. No período de 12 meses, entre março de 2012 a fevereiro de 2013, os preços subiram 74,82%. Maior alta nesse intervalo foi apontada para o tomate (50,21%), cenoura (35,79%), batata inglesa (35,08%) e cebola (31,47%).

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