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Setor de fertilizantes vai investir US$ 18,9 bilhões até 2017
27/08/2012 17:29
Produção de nutrientes no Brasil deve dar um salto para diminuir a dependência das importações
por Luciana Franco (Globo Rural)
O setor brasileiro de fertilizantes planeja investir US$ 18,9 bilhões até 2017 para diminuir a dependência da agricultura do país das importações. Dados apresentados durante o II Congresso Brasileiro de Fertilizantes, que acontece nesta segunda-feira (27/08) mostram que a produção nacional de nutrientes – nitrogênio, potássio e fósforo – deve saltar de 3,427 milhões de toneladas para 9,353 milhões de toneladas, entre 2012 e 2017.
No mesmo período, a demanda passaria de 12,199 milhões para 14,732 milhões de toneladas. Hoje, a relação entre demanda e produção é de 28,1%. Com os investimentos, o país passaria a produzir 63,5% do total demandado. A produção brasileira de nitrogênio teria uma participação de 43,8%, contra 24,8% atualmente. No fósforo, o percentual passaria de 50,8 para 77,4 pontos. Já a produção de potássio passaria a atender 6,2% das necessidades internas, contra os atuais 7,6%. Na avaliação de André Pessoa, diretor da Agroconsult, a demanda será ainda maior em 2017, “nossas projeções indicam para um consumo de 16 milhões de toneladas em 2017”, disse Pessoa.
Entre os investimentos que devem alavancar o setor, destacam-se o da Vale Ferlizantes, que planeja investir US$ 8,8 bilhões até 2017, passando a ter uma capacidade de produção de 30 milhões de toneladas por ano. Entre os projetos,José Emilio Nico, gerente de marketing da companhia, destacou a transferência de planta do nutriente SSP de Cubatão(SP) para Uberaba (MG), com investimento de US$ 150 milhões. Outros US$ 6 bilhões serão aplicados na Argentina na produção de cloreto de potássio. A previsão é de produção de 4,35 milhões de toneladas por ano, sendo 3 milhões para atender ao mercado brasileiro. “Esta será a única reserva de potássio de classe mundial do hemisfério Sul”, destacou o gerente.
Outros grandes projetos da Vale são: o Carnalita, em Sergipe, com a perspectiva de produzir 1,2 milhão de toneladas por ano de cloreto de potássio, com um investimento de US$ 1,8 bilhão e o Salitre, em Patrocínio (MG), que projeta investimento de US$ 1 bilhão, com início para o 1º semestre de 2016, com o objetivo de produzir 1,1 milhão de toneladas de rocha fosfática por ano e 500 mil toneladas de material supersimples (SSP).
O gerente de comercialização e marketing da Petrobras, Paulo Lucena, estima que em 2017 a empresa esteja produzindo 2,926 milhões de toneladas de ureia e 2,542 milhões de toneladas de amônia. Já o diretor executivo daAnglo American, Nelson Canato Júnior, fez explanação sobre dois projetos. O primeiro deles, o Debottleneckin, emOuvidor e Catalão (GO) e em Cubatão (SP), com investimentos de US$ 150 milhões e startup e 2015, com a meta de produzir 70 mil toneladas de fertilizantes por ano. O projeto Goiás 2 terá investimento de US$ 1 BI e início em 2016, com o objetivo de produzir 1,4 milhão de toneladas por ano de concentrado fosfático.
O presidente da MBAC Fertilizer, Roberto Belger, prevê que a empresa atinja em 2017, a produção de 1,56 milhão de toneladas por ano de rocha fosfática, 1,28 milhão de toneladas de ácido sulfúrico e 200 mil toneladas de ácido fosfórico. Enquanto a Galvani Fetilizantes prevê a produção de 2,32 milhões de toneladas de rocha, 2,07 milhões de toneladas de acido sulfúrico, 440 mil toneladas de ácido fosfórico e 2,4 milhões de toneladas de fertilizantes em 2017, com os projetos da Serra do Salitre (MG), de Santa Quitéria (CE) e a ampliação de Angico Dias. “Em 2017 a demanda nacional de fertilizantes deve superar as 34 milhões de toneladas”, estima Pessoa.
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