Soja 13/14: Conta segue desfavorável em Mato Grosso

04/07/2013 12:40

 


Ao contrário do que foi vivido no ano passado, em MT, planejamento da safra traz custo em alta e saca em baixa

MARIANNA PERES

Custo alto e preço baixo. Pelo sétimo ano consecutivo, Mato Grosso tem novamente previsão para atingir uma safra recorde de soja – projeção de 25,28 milhões de toneladas na safra 2013/14, 7,16% maior que na safra anterior – entretanto, mais uma vez a superprodução vem precedida pelo encarecimento dos custos de plantio e baixas perspectivas de preços à saca, pelo menos neste momento, quando os preços futuros estão em plena formação e ganham importância dentro do planejamento do sojicultor.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última segunda-feira, por meio do Boletim da Soja, os produtores mato-grossenses devem desembolsar 21,55% a mais que na safra passada - relação entre o custo efetivo da safra 2012/13 com o custo maio da safra 2013/14 - para semear o mesmo hectare com um gasto total de R$ 2.319,33.

O momento atual é completamente inverso ao vivenciado no mesmo período do ano passado, quando além de não ter mais grão disponível da safra 2011/12 para comercializar – uma preocupação a menos no período - o produtor travava preços históricos no mercado futuro, alta influenciada pela seca nos Estados Unidos que ameaçava, naquele momento – e depois se confirmou - a produção e a produtividade do país.

O custo com insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) aumentou 24,29%, em relação à safra passada. Dentro dos insumos a maior alta foi observada na semente, de 48,79%. A elevação no valor do fertilizante foi de 21,14%. Os produtos que tiveram os maiores aumentos foram os micronutrientes, que deram um salto de 42%. Os defensivos subiram 20,96%, com o maior aumento nos herbicidas, que tiveram uma elevação de 65,28%.

Todas as altas citadas, não poderão, por enquanto, serem amenizadas pela cotação do grão. Como destaca o Imea, não houve alta no preço da soja, e o que é pior, teve queda. “Se fizermos um comparativo com o ano passado, a diferença do preço na Bolsa de Chicago (CBOT), que é a referência da commodity no mundo, para vencimento em março de ambos os anos, no final de junho de 2012 para o mesmo período deste ano, apresentou queda de 7%. Porém, quando comparado o preço futuro em Mato Grosso, a diferença fica ainda maior. No ano passado, em média, em julho os produtores fecharam negócios a R$ 49 a saca, enquanto que neste ano o preço foi de R$ 42/saca, um recuo de 14,29%. Nos últimos dias, com a elevação do dólar, o preço ficou um pouco melhor, com uma média de R$ 46,28/saca no vencimento para fev/2014”.

Para a safra 2013/14, que em Mato Grosso começa a ser plantada a partir da segunda quinzena de setembro – na medida em que as chuvas permitirem – a área plantada deve crescer 4,9%, ao passar de 7,89 milhões de hectares para 8,27 milhões, segundo projeção do Imea.


Diário de Cuiabá

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